Telas de
gabiões são fornecidas e os rachões entregues a granel. Geotêxteis e telas
podem ficar expostos a intempéries quando estocados durante a execução
anarocha Edição para assinantes, Fundações e Contenções 1 de Fevereiro de 2017Contenção, gabião, gabiões, geotêxteis, geotêxtil, muro, tela
É importante observar a
compactação do aterro – se está sendo feita com terra de boa qualidade – e se
não há água no tardoz do gabião. Além disso, embora a execução seja
relativamente simples, merece cuidados especiais, mas a grande dificuldade
nesse tipo de obra é encontrar mão de obra especializada, que saiba executar e
controlar não só a montagem e a amarração, mas também verificar se os gabiões
sofrem deformações quando executados.
A montagem das caixas se dá no
local da aplicação. Com as telas esticadas e dobradas, conforme as instruções
do fabricante, são dispostos gabaritos de madeira na face frontal, que vão
evitar deformações e garantir a conformação plana dos elementos. As pedras devem ser colocadas em três
camadas.
Após acomodar as rochas até atingir
um terço da altura da caixa, é recomendado aplicar dois tirantes – do mesmo
material que a malha – no sentido transversal das caixas. Com dois terços
completos, uma nova linha de tirantes deve ser disposta, e só então o
preenchimento será total, extrapolando em cerca de 3 centímetros a altura das
caixas.
O preenchimento de celas
contíguas deve ser simultâneo, a fim de evitar esforços e deformações nas
divisões internas. Em caixas de esquina é interessante aplicar tirantes em
ambos os sentidos, para preservar a geometria dos elementos.
Especialistas garantem que a
falta de mão de obra especializada não chega a ser um impeditivo, porque o
método é bastante artesanal e simples de executar, além de versátil quanto à
aplicação e ao impacto ambiental reduzido, já que emprega matéria- prima
natural e é permeável – cerca de 30% do volume total dos gabiões é formado por
vazios, que permite até mesmo o crescimento de vegetação entre as pedras.
Por isso, mesmo com o peso
específico das rochas de 2,4 t/m³, o peso dos gabiões se assemelha ao da
maioria dos solos (aproximadamente 1,8 t/m³).
O dimensionamento de estruturas
em gabiões fundamenta-se no comportamento estático, a partir da resistência a tombamentos,
escorregamentos, além de estabilidade global e pressões na fundação.
Vai ser necessário realizar pelo
menos uma sondagem de percussão para verificar as condições do terreno, e o
cálculo é muito semelhante ao da maioria das estruturas convencionais. Valores
obtidos com ensaios e as avaliações do terreno é que determinam a seção da
estrutura, o número e o posicionamento das caixas.
O engenheiro Frederico Falconi,
diretor da ZF Engenheiros Associados, recomenda dispor as camadas de forma
cruzada, no caso dos muros: na primeira camada, as celas estão alinhadas à
parede do aterro; na camada seguinte, devem ser transversais à ela. Essa
estratégia aumenta a estabilidade do conjunto.
Outra recomendação de Falconi é
considerar uma inclinação de 10% para dentro do maciço para que, mesmo frente a
deformações naturais de acomodação, a sensação estética seja a mesma de um muro
vertical. Se for executado na vertical, é possível que após a acomodação o muro
fique inclinado para fora.
Por fim, recomenda-se aprofundar
a estrutura em pelo menos 30 centímetros abaixo da linha do solo. A
justificativa para tanto é o aumento do atrito obtido com um encaixe preciso no
terreno, com maior proteção para o pé do muro contra erosão e saturação do solo
(canaletas).
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