Moreira
Franco quer adiar manutenção de plataforma da Petrobras
O apelo é em razão
da situação hidrológica no país
Publicado em 30/07/2018 - 15:49
Por Akemi
Nitahara – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O
ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, informou hoje (30) que vai pedir à
Petrobras que adie por “um ou dois meses” a manutenção programada para a
plataforma de Mexilhão, a principal produtora de gás da Bacia de Campos.
Segundo ele, será feito um apelo ao presidente da estatal, Ivan Monteiro, por
causa do período de seca que o país enfrenta. A manutenção pode reduzir o
fornecimento de gás e o consequente aumento do uso de usinas termelétricas
movidas a óleo combustível.
“Isso não
é pelo fato da Petrobras ser uma empresa pública. Se fosse uma empresa privada,
pelo impacto que isso provoca, em função da situação hidrológica que estamos
vivendo, eu creio que é um apelo em benefício da sociedade inteira. Ver se é
possível, ao invés de fazer agora, que é um momento crítico, em que há uma
falta de chuvas em muitos lugares, e que se faça isso [manutenção da
plataforma] depois”.
Ministro
de Minas e Energia, Moreira Franco, assinou a autorização para a implantação da
Usina Termelétrica GNA Porto do Açu III (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
De acordo
com o ministro, a ideia é que a manutenção seja feita quando retornar o período
de chuvas e as melhores condições para a produção de energia hidroelétrica. “Eu
não estou dizendo que [a Petrobras] está agindo de maneira ilegal. Eu vou fazer
um apelo, ver se é possível tecnicamente fazer daqui a um mês, dois meses, que
é um prazo que vai garantir que a situação das chuvas, a situação hidrológica,
vai estar melhor e não vai punir o consumidor brasileiro”.
Moreira
Franco ressaltou que o objetivo é diminuir os custos da energia elétrica para o
consumidor final. “É fundamental que se entenda que o objetivo de todo esse
esforço é diminuir no bolso das pessoas”.
O temor
do mercado é que, com a redução do fornecimento de gás por causa da parada de
Mexilhão, aumente o uso das usinas termelétricas que utilizam o óleo
combustível, que têm custo mais alto do que as termelétricas a gás. O país está
utilizando a bandeira tarifária vermelha na
conta de luz pelo terceiro mês consecutivo, com perspectiva de que continue por
todo o período de seca.
A
Petrobras explicou que o trabalho de manutenção programada da plataforma de
Mexilhão, que começou na terça-feira (24), tem previsão de durar 45 dias, e foi
programada em conjunto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), para
que tenha o menor impacto possível no setor. Além disso, segundo a Petrobras, a
manutenção é uma exigência legal das normas técnicas de segurança.
Segundo o
ONS, é preferível fazer a parada nesse período do que no verão, quando aumenta
o consumo de energia, por causa do ar condicionado, e a parada e Mexilhão não
prejudica o fornecimento de energia elétrica.
Comperj
O
ministro defendeu que o governo e a sociedade façam pressão sobre a Petrobras
para que sejam retomadas as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj), em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, para ajudar
na superação da crise econômica.
“Eu
espero que a Petrobras retome imediatamente a obra do Comperj, porque é
fundamental para a economia do nosso estado, o investimento que já foi feito lá
foi um investimento grande, então é indispensável, é uma contribuição imensa para
geração de emprego, para geração de renda na área metropolitana do Rio de
Janeiro, e para a economia do estado”.
No começo
do mês, a Petrobras anunciou a assinatura de uma carta de intençõescom a China National
Petroleum Corporation (CNPC) para a conclusão da refinaria do Comperj.
Termelétrica
do Açu III
O
ministro Moreira Franco deu as declarações após assinar a autorização para a
implantação da Usina Termelétrica GNA Porto do Açu III, em São João da Barra,
no norte fluminense, em evento na sede da Federação da Indústria do Rio de
Janeiro (Firjan).
Com
previsão para início de operação em 2023, a Central Geradora Termelétrica (GNA)
terá capacidade instalada para gerar 1.673 megawatt (MW), o suficiente para
abastecer 7 milhões de domicílios, e será conectada ao Sistema Interligado
Nacional (SIN) na subestação Rio Novo do Sul, no Espírito Santo, com uma linha
de transmissão de 150 quilômetros (km). O investimento total está previsto em
R$ 4,1 bilhões, com geração de 9 mil empregos na construção.
A
termelétrica faz parte do projeto Açu Gas Hub, do Complexo Portuário do Açu,
que busca soluções logísticas para o recebimento, processamento, consumo e
transporte do gás natural produzido nas bacias de Campos e Santos. A unidade é
a última outorga emitida pelo ministério das 80 previstas pelos leilões A-4 e
A-6, feitos em dezembro do ano passado para contratar energia de usinas em
projeto ou em construção.
Edição: Fernando Fraga
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