RUA ARQUITETOS . RIO DE JANEIRO,
RJ . 2012/2015
Rua
Arquitetos projeta Sede do Campo Olímpico de Golfe no Rio de Janeiro
POR
FRANCESCO PERROTTA-BOSCH FOTOS LEONARDO FINOTTI
Edição
263 - Fevereiro/2016
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À sombra da polêmica ambiental
que envolveu a escolha do sítio, jornais e revistas não perceberam a notável
arquitetura que ali surgia. Comparada à imensidão da planície que a envolve, é
comedida a dimensão da sede do campo de golfe das Olimpíadas do Rio de Janeiro.
É a escala correta para uma edificação que se permite ser atravessada pela
paisagem exuberante: não somente o vento a corta livremente, mas o olhar
permanece desimpedido para admirar o gramado entremeado por pequenas dunas e
circundado pelo manguezal que o separa da lagoa de Marapendi. O que vemos é uma
espécie de miragem da Barra da Tijuca idealizada por Lucio Costa: a planície
natural a perder de vista - é verdade que em um estado menos selvagem do que o
imaginado pelo mestre - e um aglomerado de edifícios altos brotando ao longe
nessa baixada.
A horizontalidade do edifício faz
eco à paisagem. Um eixo linear nos encaminha da rua à sede social do Golfe
Olímpico: um conjunto de baixos blocos com laje plana de concreto em meio aos
quais se vê aflorar estruturas tensionadas que, lado a lado, abrem-se para
cima.
A dupla Pedro Évora e Pedro
Rivera, do escritório carioca Rua Arquitetos, foi selecionada em um concurso
nacional realizado pelo IAB em 2012, com esta proposta que parte de uma praça
de articulação dos diversos espaços necessários ao programa. Ou seja, o núcleo
do edifício é um vazio, um quadrilátero com três lados delimitados por blocos
térreos e o outro lado francamente aberto ao campo de golfe. O elemento que nos
faz identificar o perímetro da praça é o piso de madeira de reflorestamento,
que se destaca do gramado. Observando a totalidade, a sede do golfe eleva-se
cerca de 70 cm acima do solo. O deck de madeira da praça irradia por entre e ao
redor dos blocos, fazendo com que os espaços de circulação não se assemelhem a
corredores, mas a varandas.
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