Governo
de São Paulo quer construir moradias populares sobre linhas de trem e metrô
Medidas incluem regras apresentadas em audiência
pública para o novo lote 2 da PPP da Habitação
Gustavo
Coltri
23/Fevereiro/2016
Governo de São Paulo quer construir moradias
populares sobre linhas de trem e metrô
Modelo
proposto pelo Governo de São Paulo
Divulgação:
Governo de São Paulo
Criada para viabilizar a
construção de 14.124 moradias populares no centro expandido de São Paulo, a
Parceria Público-Privada (PPP) da Habitação permitirá o aproveitamento do
espaço disponível acima de estações metroferroviárias para a incorporação
de empreendimentos com Habitações de Interesse Social (HIS) e Habitações de
Mercado Popular (HMP). A novidade, apresentada pelo secretário estadual de
Habitação, Rodrigo Garcia, em audiência pública na manhã desta terça-feira
(23), é uma das mudanças propostas para o lote 2 da PPP, que foi totalmente
remodelado em relação ao definido no primeiro edital dessa iniciativa, lançado
em 2014 com baixo apelo para os incorporadores.
De acordo com as regras
anunciadas, 7.000 unidades devem ser erguidas em terrenos do Metrô e da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em um perímetro entre o
Parque Dom Pedro e a estação Belém, na zona Leste da cidade. Desse total, 4.900
imóveis serão HIS, subsidiados, e 2.100 serão HMP, com entrega programada
durante seis anos após a contratação da concessionária. Segundo Garcia, a
partir do diálogo com a sociedade um edital será publicado. "E a
expectativa é ter, ainda este ano, a empresa contratada."
O primeiro edital da PPP da
Habitação havia sido dividido em quatro lotes e reservava 3.393 imóveis para o
antigo lote 2, que também tinha outro perímetro. Naquela concorrência, apenas o
lote 1 recebeu proposta e foi arrematado pela empresa mineira Canopus, hoje
responsável pela entrega e gerenciamento de 3.683 imóveis. A companhia atua em
um canteiro na Rua São Caetano, na Luz, onde serão construídas 126 HIS, e
iniciará obras em um terreno na Rua Helvétia em breve. A prefeitura de São
Paulo, que forneceu terrenos no primeiro lote, não cedeu áreas desta vez, mas
mantém convênio com o governo estadual para repassar R$ 20 mil por unidade
beneficiada pela PPP, além de garantir um rito especial para a aprovação dos
projetos.
A ideia de aproveitar áreas de
estações férreas foi baseada em iniciativas já realizadas no exterior, segundo
o secretário estadual de Habitação, que destacou o exemplo da Penn Station, em
Nova York. Os edifícios em cima dos trilhos terão, além de HIS e HMP, lojas e
equipamentos públicos. Além disso, eventuais rendas geradas para o Metrô e para
a CPTM serão usadas na reforma de trens das companhias férreas, de acordo com o
secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni.
Repercussão
A definição prévia de terrenos que contarão com subsídio, uma das principais reivindicações dos empresários da construção desde a publicação do primeiro edital, é outra novidade do lote 2 e agradou representantes do setor imobiliário. O diretor executivo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Renato Ventura, que esteve presente na audiência pública, ressaltou a maior previsibilidade para a atuação dos empresários, por exemplo.
Já o vice-presidente de Habitação
Popular do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
(SindusCon-SP), Ronaldo Cury, considerou positivas as novidades, mas destacou
que, até a publicação do edital, alguns temas terão de ser discutidos com poder
público, como as garantias financeiras do negócio, as adaptações que serão
necessárias nos projetos para que as unidades sobre as estações de trem
respeitem a NBR 15.575: 2013 - Edificações Habitacionais - Desempenho e as
condições jurídicas que permitirão a incorporação e o financiamento dos
projetos. Nesse sentido, o secretário-executivo das PPPs da Habitação, João Octaviano
Machado Neto, explicou que os incorporadores terão a direito de uso real
perpétuo das áreas do Metrô e da CPTM, o que já será suficiente para a obtenção
de crédito e desenvolvimento dos empreendimentos.
Público alvo
-População que trabalha na área central da cidade de São Paulo;
-Prioridade para famílias com renda bruta mensal de até R$ 4.525,00;
-Atendimento a famílias com renda de até R$ 9.050,00.
-População que trabalha na área central da cidade de São Paulo;
-Prioridade para famílias com renda bruta mensal de até R$ 4.525,00;
-Atendimento a famílias com renda de até R$ 9.050,00.
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