Área de
piscinas deve ter piso antiderrapante e termicamente confortável
Segurança no uso e conforto térmico
são os principais aspectos que norteiam escolha do revestimento, que também
deve considerar adequação estética e facilidade de manutenção
Texto:
Gabriel Bonafé - revista Infraestrutura Urbana
Sentar e andar em volta de uma piscina em
um dia de calor são atividades associadas a momentos divertidos e
prazerosos. Por isso, os revestimentos de pisos nessa área não
deveriam causar desconforto térmico aos usuários. No entanto, muitas vezes o
problema acaba sendo ignorado pelo especificador do projeto, que não escolhe
materiais atérmicos. “Um piso que absorve o calor não permite nada
disso”, salienta Celso Laetano, arquiteto à frente do escritório Celso Laetano Arquitetura.
Além disso, para que os usuários
circulem com segurança em volta da piscina, é fundamental que os pisos sejam antiderrapantes.
“Ao optar por um piso liso ou inadequado para áreas externas, corre-se o risco
de acontecer algum acidente quando ele estiver molhado — condição em que ele se
encontrará na grande maioria do tempo, aliás”, justifica a arquiteta Carolina
Sakuno, sócia do escritório CF Arquitetura.
Revestimentos atérmicos e antiderrapantes (Nonnut
Nomrawee/ Shutterstock.com)
ESTÉTICA E MANUTENÇÃO
Além de escolher revestimentos antiderrapantes e
atérmicos – ou seja, que tenham baixa absorção de calor –, também é preciso ter
cuidado com aspectos estéticos e as particularidades de cada projeto. “Londrina
(PR) está em uma região com terra vermelha. Portanto, não é aconselhável
escolher um piso claro e poroso, pois com o tempo esse material irá manchar”, exemplifica
Sakuno.
Outro fator que deve ser considerado é o perfil do
cliente. “Tem gente não gosta de se preocupar com a manutenção da casa”, conta
o arquiteto Fausto Cintra, também sócio do CF Arquitetura.
Nesse caso, o ideal é optar por soluções com baixa demanda por limpeza.
Quem
gosta de algo mais natural pode optar pedras naturais e pela madeira, que
apresentam acabamento mais nobre
Fausto
Cintra
PISOS RECOMENDADOS
As diversas opções de pisos para áreas de piscina
permitem atender amplas preferências. “Quem gosta de algo mais natural pode
optar pedras naturais e pela madeira, que apresentam acabamento mais
nobre”, aponta Cintra. Entre as pedras naturais, destacam-se o mármore, o
travertino, a São Tomé, o arenito e o Goiás. Dependendo da região onde esses
materiais forem instalados, pode ser necessário aplicar uma resina para
preservar o acabamento externo e facilitar a limpeza.
Já a madeira pode ser instalada como decks, solução
que exige manutenção periódica. “Uma solução viável são as madeiras plásticas,
que preservam o visual do material e não requerem tanta manutenção”, indica
Sakuno. Cabe ressaltar, ainda, que a madeira não apresenta propriedade atérmica
tão eficiente quanto os revestimentos rochosos.
Londrina
(PR) está em uma região com terra vermelha. Portanto, não é aconselhável
escolher um piso claro e poroso, por exemplo, pois com o tempo esse material
irá manchar
Carolina
Sakuno,
Já para quem não quer ter preocupações com
manutenção, a solução mais indicada é o fulget. Por não possuir rejunte,
sendo praticamente monolítico, o material é o mais fácil de limpar entre todas
as opções. Porém, caso ele seja danificado, a recuperação pode se tornar um
problema para o proprietário, implicando em diferenciação de tonalidades.
Quem busca custo-benefício pode optar pelo piso
de placas cimentícias. No entanto, encontrar esse material com
baixa absorção térmica pode ser difícil, considerando que são poucos os
fabricantes. Esse tipo de piso também exige resina protetora para preservar o
acabamento superficial.
De acordo com Laetano, o material mais indicado
para piscinas públicas e parques aquáticos são os pisos cerâmicos atérmicos,
cujo uso já é consagrado.
TABELA COMPARATIVA
PISO
|
VANTAGEM
|
DESVANTAGEM
|
Fulget
|
Sem rejunte, suja menos e apresenta fácil
limpeza.
|
Manutenção difícil em caso de danos.
|
Pedras naturais
|
Apresentam baixa absorção de calor e são
antiderrapantes, além do visual nobre.
|
Além do custo mais alto, podem encardir com
facilidade devido ao rejunte e, dependendo do projeto, requerem resina
protetora.
|
Madeira
|
Material nobre e com grande apelo estético em
áreas externas.
|
A absorção de calor é maior do que a de
revestimentos em rocha. Também requer manutenção periódica.
|
Placas cimentícias
|
É um dos materiais com menor absorção térmica;
ideal para regiões muito quentes.
|
Se não for aplicado com resina protetora, pode
encardir com facilidade. O material é fabricado por poucas empresas.
|
Placas cerâmicas
|
Uso consagrado em piscinas públicas e parques
aquáticos.
|
Devido ao grande espaço do rejunte, suja com mais
facilidade e pode oxidar com o tempo.
|
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Colaboração técnica
Carolina Sakuno – Arquiteta formada pela
PUC-Campinas em 2005. Fez pós-graduação em Barcelona, em 2006 na Universitat
Politecnica de Catalunya. É sócia do escritório CF Arquitetura.
Celso Laetano – atua há 34 anos no mercado, à
frente do Celso Laetano Arquitetura, que ganhou reconhecimento pela realização
de projetos com linguagem e conceitos diferenciados, além do extremo rigor na
execução. O escritório desenvolve trabalhos nas áreas residencial, comercial e
de interiores em várias cidades de São Paulo, com grande ênfase ao detalhamento
do projeto, buscando equilíbrio entre praticidade e qualidade duradoura.
Fausto Cinta – Arquiteto formado pela Unifil
em 2007. É sócio do escritório CF Arquitetura.
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