terça-feira, 23 de abril de 2019

Redução de ICMS


Após redução de ICMS do querosene, São Paulo ganha dois voos
Publicado em 18/04/2019 - 18:07                                                                   
Por Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil São Paulo



Aeroporto de Viracopos
Como parte da contrapartida para a redução da alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível de aviação em São Paulo, as cidades de Araraquara, no interior paulista, e Guarujá, na região litorânea, receberão voos ainda este ano.
Os dois novos voos serão ofertados pela Azul Linhas Aéreas Brasileiras. Araraquara, cidade com 230 mil habitantes, oferecerá um voo diário para Campinas, a partir do dia 1º de setembro. Do Aeroporto Internacional de Viracopos, os passageiros terão acesso a 60 destinos nacionais e internacionais.
O voo que sairá de Guarujá, no litoral paulista, não tem data para início das operações, pois depende da conclusão de obras estruturais no aeroporto da cidade. O município, com 380 mil habitantes, terá voos para os aeroportos do Santos Dumont, no Rio de Janeiro; Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Curitiba, no Paraná.
ICMS
O percentual do ICMS sobre os combustíveis de aviação passará de 25% para 12% em 1º de junho. Em seis meses, o setor deve criar 70 voos para 21 estados, sendo que seis deles vão atender exclusivamente destinos no território paulista.
Com a renúncia fiscal, a arrecadação prevista para 2019 sobre a comercialização de querosene aéreo cairá de R$ 627 milhões para R$ 422 milhões. A medida pretende diminuir o custo operacional das companhias aéreas. Os voos fazem parte do programa “São Paulo Pra Todos”, lançado em fevereiro deste ano.
A expectativa do governo de São Paulo é que a malha área e o fluxo de passageiros em São Paulo se ampliem em todas as regiões do estado. O estado concentra 44% do mercado de aviação civil do Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Stopover
Outra medida compensatória das companhias é implementação do stopover, que é a possibilidade de que passageiros fiquem até três dias em conexão no estado sem pagar novo bilhete. As empresas aéreas vão criar um fundo de R$ 40 milhões para custear um plano de marketing, que incentivará a ampliação da permanência de visitantes em São Paulo por meio desse mecanismo, que é inédito no Brasil.
Um estudo da Secretaria de Turismo do estado mostra que se 2,5% dos passageiros que passam pelos três maiores aeroportos de São Paulo fizerem a conexão com o stopover, um total de R$ 6,9 bilhões serão injetados na economia do estado. A estimativa é que a sejam gerados 59 mil empregos nos próximos 18 meses a partir da desoneração, com previsão de R$ 1,4 bilhão em salários anualmente.
Saiba mais

Edição: Fernando Fraga
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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Consumidores


CNC projeta alta de 1,5% para as vendas da Páscoa contra 2% de 2018

Aumento do dólar retrai consumidores

Publicado em 03/04/2019 - 07:49

Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro

São Paulo - Pesquisa aponta que mais de 100 milhões de brasileiros farão compras para a Páscoa
 
A Páscoa terá, este ano, a terceira alta consecutiva nas vendas do varejo, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O aumento previsto é de 1,5% em relação ao ano passado, quando o faturamento cresceu 2%. As vendas devem atingir R$ 2,4 bilhões em todo o país.Alta do dólar prejudica vendas para a Páscoa. Consumidor está mais retraído    (Arquivo/Rovena Rosa/Agência Brasil)

O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, disse que a expectativa para a data está condizente com o nível de atividade atual da economia, “com o nível de consumo e com desemprego ainda alto”.Observou que essa data, que costuma impulsionar o crescimento das vendas do comércio, este ano vai dar um “empurrãozinho muito pequeno, porque o nível de desemprego ainda está muito alto”.

Outro fator que atrapalha as vendas da Semana Santa deste ano é a alta do dólar nos últimos meses. Com isso, produtos como ovos de Páscoa e chocolates em geral, azeite e pescado, ao contrário do ano passado, este ano mostram preços mais salgados, devido ao dólar. “Isso tende a atrapalhar um pouco as vendas da Páscoa”, disse Bentes. O fator principal para o economista-chefe da CNC, entretanto, é a dificuldade de retomar a capacidade de consumo no ambiente de desemprego alto.

“Acho que isso está por trás desse número decepcionante das vendas de Páscoa”. O aumento de 1,5% projetado para o faturamento do varejo na Semana Santa está bem distante da alta de 9,5% registrada em 2010. O economista lembrou que esse foi um outro momento da economia, quando o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) evoluiu 7,5%.

Temporários

Bentes destacou que a expectativa de crescimento do PIB este ano está em torno de 2% e tende a dar o ritmo da economia. “Com o mercado de trabalho fraco do jeito que está, o comércio paga a conta nas datas comemorativas, através de altas bem modestas no faturamento real. E isso acaba ,atrapalhando até a expectativa de contratação de temporários”, afirmou.

A pesquisa da CNC projeta contratação de 10,7 mil trabalhadores temporários na Páscoa em todo o país, abaixo do número do ano passado (10,8 mil), devido ao ambiente incerto na economia, que acaba fazendo com que o varejista invista pouco em contratações este ano. O salário médio de admissão no varejo deverá ser de  R$ 1.267, alta de 5,9% em comparação à Páscoa de 2018.

O economista explicou que, historicamente, cerca de 12% dos trabalhadores temporários acabam efetivados depois da Páscoa em hipermercados e lojas especializadas. Em termos de vendas, a Páscoa é a quinta data comemorativa do varejo nacional e uma das mais afetadas pela variação do câmbio. As outras são o Natal, Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia das Crianças.

Edição: Kleber Sampaio


 

Venezuela emergência


ONG diz que Venezuela vive emergência humanitária complexa

ONU pode providenciar recursos para ajudar população

Publicado em 04/04/2019 - 07:17

Por Agência Brasil Brasília

A organização não governamental Human Rights Watch alertou hoje (4) que a conjunção de fatores, como falta de comida e escassez de alimentos, gera na Venezuela uma “emergência humanitária complexa”. Segundo a entidade, a Organização das Nações Unidas (ONU) deve dar uma “resposta forte”.

Declarar oficialmente que na Venezuela há uma “emergência humanitária complexa” é um princípio técnico da ONU que permitiria desbloquear a mobilização de recursos humanos e materiais suficientes para atender às necessidades urgentes dos venezuelanos.


Os partidários da oposição participam de uma manifestação contra o governo do presidente venezuelano Nicolas Maduro em Caracas

        Falta de alimentos e remédios leva população a sair às ruas em protesto contra governo da Venezuela (Arquivo/Reuters/Carlos Garcia Rawlins/Direitos Reservados)

O relatório "A emergência humanitária na Venezuela: uma resposta em grande escala da ONU é necessária para enfrentar a crise de saúde e alimentos", de 73 páginas, elaborado por especialistas e médicos da Faculdade de Saúde Bloomberg Public, da Universidade Johns Hopkins, e da Human Rights Watch, reúne uma série de detalhes sobre a situação no país.

"Por mais que eles tentem, as autoridades venezuelanas não podem esconder a realidade do país", disse Shannon Doocy, PhD e professor associado de Saúde Internacional na Escola Bloomberg de Saúde Pública, da Universidade Johns Hopkins, que conduziu a investigação.

Estudo

No estudo, há informações sobre os níveis de mortalidade materna e infantil, surtos de doenças que poderiam ser prevenidas com a vacinação, como o sarampo e a difteria, e aumentos drásticos na transmissão de doenças infecciosas, como a malária e a tuberculose.

O relatório adverte que tais dados indicam ainda a existência de elevado nível de insegurança alimentar e desnutrição infantil, bem como alta proporção de crianças internadas em hospitais com desnutrição.

"O colapso absoluto do sistema de saúde da Venezuela, combinado com a escassez generalizada de alimentos, está exacerbando o calvário que os venezuelanos estão vivendo e colocando mais pessoas em risco. Precisamos da liderança da ONU para ajudar a acabar com esta grave crise e salvar vidas”, apelou Doocy.

Em março, a Federação Internacional da Cruz Vermelha anunciou que aumentaria sua presença na Venezuela para cobrir as necessidades de 650.000 pessoas. Dados não oficiais indicam que aproximadamente 7 milhões de venezuelanos precisam de ajuda.

Providências

A ONG recomenda que o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) aborde o caso venezuelano como prioritário para exigir a mobilização de esforços e recursos de assistência humanitária em grande escala.

A entidade sugere ainda que as autoridades venezuelanas publiquem dados oficiais sobre doenças, epidemiologia, segurança alimentar e nutrição, para que a ONU possa avaliar de forma completa as necessidades humanitárias e a magnitude real da crise.

Mais de 150 pessoas, entre especialistas, profissionais de saúde, assistentes sociais, professores e líderes comunitários foram ouvidos na elaboração do estudo divulgado hoje (4).

Edição: Kleber Sampaio