quinta-feira, 17 de maio de 2018

O gigante se acertando: São Paulo


Plano Diretor Estratégico de São Paulo é complexo, mas trouxe inovações para o mercado imobiliário



Recém-completado três anos de sua implantação, o novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo, lei municipal que orienta o crescimento e desenvolvimento da cidade, trouxe alguns avanços. Os dois pontos que mais tem chamado a atenção são as facilidades oferecidas para as incorporadoras que lançarem prédios mistos, onde estejam presentes tanto unidades residenciais quanto comerciais, e os empreendimentos lançados na área central de São Paulo.
Pode-se dizer que essas novas regras se enquadram no novo padrão de vida desejado pelas pessoas que querem ser mais dinâmicas e, assim, trabalhar, morar e se divertir sem precisar de longos deslocamentos. Isso também torna a cidade mais justa e igual, com transporte de qualidade e mobilidade, respeito ao meio ambiente e aos moradores.
Por outro lado, esse chamado uso múltiplo traz em seu conceito a questão da segurança. É importante destacar que, na medida em que essas áreas centrais fiquem mais ocupadas, a sensação de segurança passa a ser maior, já que o próprio poder público começa a olhar essa questão de maneira mais efetiva.
Além disso, os estudos das incorporadoras tem levado à construção de uma cidade mais justa, competitiva e inclusiva, pois esse movimento acontece em áreas próximas aos sistemas de transporte coletivo de massas, uma vez que mais de 60% dos empregos concentram-se no centro expandido, onde apenas 20% da população reside.
Outra meta do plano que tem se destacado é a que extingue o mínimo de vagas de estacionamento por empreendimento, que se transforma em uma maneira de desestimular o transporte por carros e, consequentemente, diminuir a poluição, o trânsito e as horas gastas ao ir e voltar do trabalho, por exemplo.
Ao colocar em prática essa medida, o governo de São Paulo busca acabar com a cultura de permitir que diversos bairros, geralmente muito mais populosos, fiquem distantes da oferta de empregos, serviços públicos, centros comerciais e afins.
São ações posicionadas estrategicamente para melhorar a estrutura da cidade, tanto na esfera pública quanto na privada, já que incentiva o mercado imobiliário a ser mais produtivo, sem deixar e obter lucro, mas que ofereça serviços de qualidade aos moradores.

Outra mudança que levou as incorporadoras a investir em projetos mais completos no que tange ás possibilidades existentes nas áreas de lazer, por exemplo, foi a limitação do tamanho das unidades habitacionais. O objetivo é evitar que no centro expandido sejam construídos prédios com um ou dois apartamentos por andar.

 VINICIUS AMATO, é diretor de incorporação da Gamaro

Assim, fica cada vez mais evidente que o resultado desse processo é fazer com que surja no centro de São Paulo e nas periferias, or meio de projetos industriais, um novo padrão de política urbana, que seja capaz de ampliar o espaço de cidadania, ao mesmo tempo que busca aumentar a eficácia da política urbana.
Embora não seja unanimidade entre os agentes que fazem com que o Plano Diretor aconteça, a verdade é que esse documento foi concebido como um novo modelo de gestão urbana que se identifique com as forças sociais existentes em torno de garantias e direitos que assegurem a redução das desigualdades sociais.
Apesar de poder destacar pontos de evolução no que tange o Plano Diretor, também é preciso ressaltar que sua aplicação é extremamente complexa, porque exige uma gestão constante, que envolve o poder público e suas várias esferas administrativas, a sociedade e a iniciativa privada, pois trata da promoção do direito à cidade para todos.



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