Plano Diretor Estratégico de São Paulo é complexo, mas trouxe inovações
para o mercado imobiliário
Recém-completado três anos de sua implantação, o
novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo, lei municipal que orienta o
crescimento e desenvolvimento da cidade, trouxe alguns avanços. Os dois pontos
que mais tem chamado a atenção são as facilidades oferecidas para as
incorporadoras que lançarem prédios mistos, onde estejam presentes tanto
unidades residenciais quanto comerciais, e os empreendimentos lançados na área
central de São Paulo.
Pode-se
dizer que essas novas regras se enquadram no novo padrão de vida
desejado pelas pessoas que querem ser mais dinâmicas e, assim,
trabalhar, morar e se divertir sem precisar de longos deslocamentos. Isso
também torna a cidade mais justa e igual, com transporte de qualidade e
mobilidade, respeito ao meio ambiente e aos moradores.
Por
outro lado, esse chamado uso múltiplo traz em seu conceito a questão da
segurança. É importante destacar que, na medida em que essas áreas
centrais fiquem mais ocupadas, a sensação de segurança passa a ser maior, já
que o próprio poder público começa a olhar essa questão de maneira mais
efetiva.
Além
disso, os estudos das incorporadoras tem levado à construção de uma
cidade mais justa, competitiva e inclusiva, pois esse
movimento acontece em áreas próximas aos sistemas de transporte coletivo
de massas, uma vez que mais de 60% dos empregos concentram-se no
centro expandido, onde apenas 20% da população reside.
Outra
meta do plano que tem se destacado é a que extingue o mínimo de vagas de
estacionamento por empreendimento, que se transforma em uma maneira de
desestimular o transporte por carros e, consequentemente, diminuir a poluição,
o trânsito e as horas gastas ao ir e voltar do trabalho, por exemplo.
Ao
colocar em prática essa medida, o governo de São Paulo busca acabar com a
cultura de permitir que diversos bairros, geralmente muito mais populosos,
fiquem distantes da oferta de empregos, serviços públicos, centros comerciais e
afins.
São ações posicionadas estrategicamente para
melhorar a estrutura da cidade, tanto na esfera pública quanto na privada, já
que incentiva o mercado imobiliário a ser mais produtivo, sem deixar e obter
lucro, mas que ofereça serviços de qualidade aos moradores.
Outra mudança que levou as incorporadoras a
investir em projetos mais completos no que tange ás possibilidades existentes
nas áreas de lazer, por exemplo, foi a limitação do tamanho das unidades
habitacionais. O objetivo é evitar que no centro expandido sejam construídos
prédios com um ou dois apartamentos por andar.
VINICIUS AMATO, é diretor de incorporação
da Gamaro
Assim,
fica cada vez mais evidente que o resultado desse processo é fazer com que
surja no centro de São Paulo e nas periferias, or meio de projetos industriais,
um novo padrão de política urbana, que seja capaz de ampliar o espaço de
cidadania, ao mesmo tempo que busca aumentar a eficácia da política urbana.
Embora
não seja unanimidade entre os agentes que fazem com que o Plano Diretor
aconteça, a verdade é que esse documento foi concebido como um novo
modelo de gestão urbana que se identifique com as forças sociais
existentes em torno de garantias e direitos que assegurem a redução das
desigualdades sociais.
Apesar
de poder destacar pontos de evolução no que tange o Plano Diretor, também é
preciso ressaltar que sua aplicação é extremamente complexa, porque exige uma
gestão constante, que envolve o poder público e suas várias
esferas administrativas, a sociedade e a iniciativa privada, pois trata da
promoção do direito à cidade para todos.
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