Uso de
pré-lajes para tabuleiros permitiu à Dersa contornar as restrições ambientais e
a falta de espaço para os canteiros no Trecho Norte do Rodoanel
Edição
66 - Janeiro/2017
O Trecho
Norte do Rodoanel Mário Covas usa 51 mil lajes ao longo de 44 quilômetros. A
tecnologia empregada atende o prazo de execução e a demanda ambiental
Ambientalmente bastante delicado, e com poucas
áreas disponíveis pela legislação para a montagem de canteiros de obras, o traçado do Trecho Norte do
Rodoanel está exigindo o emprego de um sistema construtivo à base de
pré-fabricação para a montagem de mais de uma centena de pontes e viadutos
previstos no projeto.
A fabricação e a montagem do sistema - a escolha
recaiu sobre as chamadas pré-lajes para tabuleiros - ficaram a cargo da M3SP
Engenharia, empresa de Cotia (SP), que produziu 51 mil peças de pré-lajes de
concreto armado para serem usadas como base das pontes, dentro dos padrões
geométricos especificados pela Dersa. Cada pré-laje foi confeccionada com 2
metros de comprimento, 50 centímetros de largura e 7 centímetros de espessura. Trata-se
de uma tecnologia que proporciona maior agilidade e rapidez à construção de
obras de arte, sem a necessidade de grandes canteiros. As placas, fabricadas
com concreto de alta resistência e sobre as quais passarão os veículos, podem
ser instaladas diretamente sobre as vigas. Como são autoportantes, também
tornam dispensáveis as fases de cimbramento e madeiramento, tornando mais ágil
o trabalho de armação.
As placas apresentam elementos de aço de tração
incorporados às peças, com armações treliçadas para estabilizá- las, e trazem
ainda alças para facilitar o içamento por gruas. Os elementos de aço têm
dimensões maiores que os painéis, para que apresentem as pontas de ancoragem
que se juntarão com os pilares da ponte.
Toda essa estrutura facilita o trabalho de
concretagem, pois possibilita que os operários se locomovam sobre as placas
durante a execução. Além disso, as placas pré-fabricadas podem receber a
eventual concretagem complementar também diretamente e, em seguida, a
pavimentação.
É um processo eminentemente industrial e, para que
ele fosse levado adiante, era preciso a participação no projeto de uma empresa
com expertise nessa área. A escolhida foi a M3SP, que produz anualmente até 400
mil metros quadrados de pré-lajes e elementos maciços de concreto para o
mercado brasileiro, com alto grau de automação, inclusive com o uso intensivo de robôs, e sob as mais variadas
medidas.
"Para fabricarmos uma grande
diversidade de peças nas quantidades desejadas, foi preciso investir em um
conceito de fábrica flexível e em tecnologias modernas de gestão e
produção", afirma Antonio Marmo Pádua, diretor-geral da empresa. De acordo
com Pádua, a capacidade logística é outro diferencial importante da M3SP, do
que dá prova o fato de que, entre a fábrica e o local do Trecho Norte do Rodoanel,
as peças tiveram de percorrer cerca de 70 quilômetros, chegando incólumes e
dentro dos prazos estabelecidos.
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